Hoje, tomo a liberdade de desrespeitar tal regra proveniente do bom senso, sugerindo a empresários em geral e profissionais de gestão, independente de portes e ramos de organizações: “Profissionalizem-se, cresçam, evoluam, inteirem-se principalmente sobre o complexo mercado externo: concorrência, consumidores, tecnologias, governos, sindicatos... ou serão expulsos dele. É apenas questão de tempo”. Tempo de “vida”, continuidade. Peço aos corumbaenses, como eu, puxarem pela lembrança e fazerem uma relação mental de empresas de variados ramos e tamanhos que deixaram de existir ao longo do tempo na nossa cidade. Farmácias, restaurantes, hotéis, supermercados, lanchonetes, algumas poucas fábricas, relojoarias... .
Com certeza aqueles mais vividos se lembraram de muitas.
Isso ocorreu por incompetência de gestão? - Com certeza não em todos os casos, mas em grande parte sim.
Algumas daquelas que sobrevivem por maior tempo, muitas vezes se tornam periféricas, afastam-se de localizações melhores, definham, comercialmente falando.
Quero dizer com essas afirmações que os negócios têm necessariamente que ser perenes, se eternizarem no tempo? Absolutamente não. Muitas vezes se desfazer, mudar a sua propriedade enquanto eles se encontram saudáveis é, sem dúvida, uma atitude inteligente e necessária.
Vivemos um momento de acelerada e contínua turbulência ambiental. Negócios de redes, estaduais, nacionais e até, em menor número, internacionais passaram a fazer parte de mercados de cidades menores.
Um exemplo: farmácias e drogarias integrantes de redes. Devido ao elevado volume de vendas somados entre suas várias unidades de negócios também fazem consideráveis volumes de compras e consequentemente possuem poder em negociação relativo a preços, prazos de pagamento, bonificações. Também oferecem maior mix de produtos/serviços, melhores preços, instalações mais confortáveis e atraentes, melhor seleção dos seus colaboradores e investimentos contínuos em treinamentos. Em tal contexto, como sobrevive aquela farmácia/drogaria independente, com uma única unidade?
Temos também o significativamente crescente volume de vendas realizadas através do e-commerce. Motivos como praticidade para comprar sem se deslocar fisicamente, comparar preços, que comumente são menores que os praticados pelas lojas fixas, no caso do comércio, e outras praticidades mais.
As considerações até aqui apresentadas, de maneira alguma esgotam as chamadas variáveis externas que interferem no cotidiano das organizações. O esforço em prevê-las é, sem dúvidas, um bom e necessário (também considero ser bastante prazeroso) exercício para empresários e profissionais da área de negócios.
Lembrem-se que o consumidor possui fácil acesso a informações relativas a aquisições de produtos e serviços, o que não acontecia em tempos passados. Pense com a cabeça dele, figurativamente falando. Por que razões ele escolheria consumir da sua empresa, produtos da sua marca? Que benefícios estaria obtendo?
Existem ainda as chamadas variáveis internas ao negócio, que podem também contribuir positiva ou negativamente para ele.
Complexo não? Bastante.
E sequer falamos em impostos, regulamentações legais e outras diversas exigências incidentes.
Hoje demos um enfoque maior para o comércio varejista, proximamente abordaremos o ramo de serviços.
Desejo que os empresários e gestores gozem de boa saúde física e mental para tocarem seus cotidianos profissionais.
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